Mídias na Escola
sábado, 23 de outubro de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
Integrar as mídias na escola
Antes de a criança chegar à escola, já passou por processos de educação importantes: pelo familiar e pela mídia eletrônica. No ambiente familiar, mais ou menos rico cultural e emocionalmente, a criança vai desenvolvendo as suas conexões cerebrais, os seus roteiros mentais, emocionais e suas linguagens. Os pais, principalmente a mãe, facilitam ou complicam, com suas atitudes e formas de comunicação mais ou menos maduras, o processo de aprender a aprender dos seus filhos.
A criança também é educada pela mídia, principalmente pela televisão. Aprende a informar-se, a conhecer - os outros, o mundo, a si mesmo - a sentir, a fantasiar, a relaxar, vendo, ouvindo, "tocando" as pessoas na tela, que lhe mostram como viver, ser feliz e infeliz, amar e odiar. A relação com a mídia eletrônica é prazerosa - ninguém obriga - é feita através da sedução, da emoção, da exploração sensorial, da narrativa - aprendemos vendo as estórias dos outros e as estórias que os outros nos contam.
Mesmo durante o período escolar a mídia mostra o mundo de outra forma - mais fácil, agradável, compacta - sem precisar fazer esforço. Ela fala do cotidiano, dos sentimentos, das novidades. A mídia continua educando como contraponto à educação convencional, educa enquanto estamos entretidos.
A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. É importante educar para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias, que facilitem a evolução dos indivíduos. O poder público pode propiciar o acesso de todos os alunos às tecnologias de comunicação como uma forma paliativa, mas necessária de oferecer melhores oportunidades aos pobres, e também para contrabalançar o poder dos grupos empresariais e neutralizar tentativa ou projetos autoritários.
Se a educação fundamental é feita pelos pais e pela mídia, urgem ações de apoio aos pais para que incentivem a aprendizagem dos filhos desde o começo das vidas deles, através do estímulo, das interações, do afeto. Quando a criança chega à escola, os processos fundamentais de aprendizagem já estão desenvolvidos de forma significativa. Urge também a educação para as mídias, para compreendê-las, criticá-las e utilizá-las da forma mais abrangente possível.
A educação para os meios começa com a sua incorporação na fase de alfabetização. Alfabetizar-se não consiste só em conscientizar os códigos da língua falada e escrita, mas dos códigos de todas as linguagens do homem atual e da sua interação. A criança, ao chegar à escola, já sabe ler histórias complexas, como uma telenovela, com mais de trinta personagens e cenários diferentes. Essas habilidades são praticamente ignoradas pela escola, que, no máximo, utiliza a imagem e a música como suporte para facilitar a compreensão da linguagem falada e escrita, mas não pelo seu intrínseco valor. As crianças precisam desenvolver mais conscientemente o conhecimento e prática da imagem fixa, em movimento, da imagem sonora ... e fazer isso parte do aprendizado central e não marginal. Aprender a ver mais abertamente, o que já estão acostumadas a ver, mas que não costumam perceber com mais profundidade (como os programas de televisão).
Antes de pensar em produzir programas específicos para as crianças, convém retomar, estabelecer pontos com os produtos culturais que lhes são familiares. Fazer re-leituras dos programas infantis, re-criação desses mesmos programas, elaboração de novos conteúdos a partir dos produtos conhecidos. Partir do que o rádio, jornal, revistas e televisão mostram para construir novos conhecimentos e desenvolver habilidades. Não perder a dimensão lúdica da televisão, dos computadores. A escola parece um desmancha-prazeres. Tudo o que as crianças adoram a escola detesta, questiona ou modifica. Primeiro deve-se valorizar o que é valorizado pelas crianças, depois procurar entendê-lo (os professores e os pais) do ponto de vista delas, crianças, para só mais tarde, propor interações novas com os produtos conhecidos. Depois podem-se exibir programas adaptados à sua sensibilidade e idade, programas que sigam o mesmo ritmo da televisão, mas que introduzam alguns conceitos específicos que, aos poucos, irão sendo incorporados.
[1] Jesús MARTÍN BARBERO. Heredando el Futuro.Pensar la Educación desde la Comunicación, in Nómadas, Boggotá, septiembre de 1996, n. 5, p. 10-22.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
A importância do uso das mídias
Mídias é um vasto e complexo sistema de expressão, de comunicação e de veiculação da informação, através do rádio, TV, jornal, internet, câmeras fotográficas e etc.
A mídia, seja qual for, tem papel fundamental no desenvolvimento de um povo e, por conseguinte, da humanidade, principalmente em função da socialização da informação, da democratização do conhecimento e do direcionamento psicossocial.
Sem dúvida alguma, esses instrumentos dentre outros, como o vídeo apesar de não fazer parte das novas mídias são importantes para o professor e para uma melhor visualização dos tópicos trabalhados pelo professor. O uso de artefatos tecnológicos desde o mais atual ao mais antigo como vídeo, o DVD, TV despertam o interesse dos alunos dependendo da forma como sejam explorados.
Vi acontecer uma empolgação no ano letivo de 2006 na Escola Moisés Bento da Silva quando os alunos do 1º ano do Ensino Médio, sob a orientação do grupo de professores em ação, supervisionado pela professora Francisca Alves de Medeiros trabalharam na elaboração de vídeos com um tema desenvolvido num projeto interdisciplinar “ O folclore da minha terra” o que despertou grande interesse por parte dos alunos pelo fato de sentirem-se protagonistas, autores e atores ao retratar as características, costumes, variedades lingüísticas, sotaques regionais, e ainda desenvolveram uma linguagem poética do gênero textual em estudo. A motivação também aflorou a partir do manuseio pelos próprios alunos do uso das mídias, como: filmadora, câmera fotográfica, aparelho de som, etc.
Com esse trabalho, foi possível explorar a pesquisa, a leitura, o companheirismo no trabalho de montagem do vídeo além de outros pontos importantes como a apresentação dos trabalhos para a comunidade escolar usando as mídias da escola. Essas são idéias simples, mas que nos permitem refletir sobre a necessidade de ter em mente que não basta sabermos apenas apertar botões, teclas, manusear instrumentos de última geração. É necessário que saibamos o porquê de fazermos uso de tais instrumentos, além de compreendermos que é importante saber como estes instrumentos foram criados, de que maneira foram pensados e como funcionam.
Como professora de Língua Portuguesa, acredito que as mídias são uma ferramenta importante no desenvolvimento cognitivo e metacognitivo dos alunos e inclusive na sua sociointeração. O que não se pode, é achar que, em pleno século XXI, em que as necessidades de informação mudam tão rapidamente o professor possa exercer bem o seu papel sem se atualizar em termos de conhecimento de mundo e conhecimentos pedagógicos. E, mais uma vez, são necessários familiarização com os recursos midiáticos e não somente boa vontade.
O uso da internet é o meio mais simples de “pular o muro da escola” ou de “ abrir a porta da sala de aula”, no entanto a escola precisa alertar os alunos para os riscos da internet livre. Os jovens vão se comunicando com as mais variadas pessoas e nem imaginam os riscos que correm, Cabe a escola orientá-los sobre como devem se comportar na rede, que tipos de informação jamais oferecer, conhecer os mecanismos de busca de informações seguras e refletir sobre o modo como interagem entre si na Web. Segundo Perrenoud (2000) a inserção da tecnologia tem um significado muito mais amplo do que saber usar o computador. Ele diz: "Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de pesquisa, a imaginação,a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e análise de textos e de imagens, a representação de redes, de procedimentos e de estratégias de comunicação. (Perrenoud, 2000, p. 128)"
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